Bifurcação do Canal Mandibular

Os canais bifurcados estão entre as variações anatômicas do CM mais relatadas na 

literatura e podem ser agrupados em diferentes classificações (Neves et al., 2009). 

Apesar dos livros de anatomia fornecerem poucos detalhes sobre este tipo de variação, 

existem estudos publicados que proporcionam informação sobre estas configurações 

anatómicas. Identificar as estruturas potencia a prevenção de futuras complicações que, 

por vezes, podem trazer consequências fatais durante os tratamentos na região 

mandibular (Touas et al., 2007). 

Embriologicamente, pensa-se que os canais ósseos se desenvolvem em redor do trajeto 

de um nervo, portanto, a sua presença é vital para a indução da osteogênese. O estudo 

de Chávez-Lomeli et al. (cit in Neves et al., 2009), de 1996, descreve a formação de um 

CM pré-natal em um Ser Humano. Nesse estudo, os autores sugerem que, durante o 

desenvolvimento embriogénico intra-uterino, o canal origina-se a partir de três nervos 

individuais, ocasionados no foramen mandibular, e que inervam as peças dentárias 

mandibulares (Juodzbalys et al., 2010; Neves et al., 2009). 

O canal dos incisivos seria o primeiro a surgir, seguido pelo canal dos primeiros 

molares e subsequentemente pelo canal dos dentes permanentes, estando directamente 

ligados à superfície lingual do ramo mandibular. Durante o crescimento pré-natal, a 

remodelação do ramo da mandíbula espalharia ossificações intramembranosas na região 

onde o IAN se divide em mentoniano e incisivo, por volta das 7 semanas intra-uterinas. 

A posterior extensão da ossificação, juntamente com a borda lateral da cartilagem de 

Meckel’s, produz uma capa sobre o IAN que, eventualmente, se transforma no canal 

mandibular, e que a existência de canais bifurcados ou até trifurcados, como tem sido 

registado da literatura, resultariam da fusão incompleta desses três canais (Auluck et al., 

2005; Juodzbalys et al., 2010; Wadwani et al., 2008; 50). 

 

 

 

 

Em 1986, Langlais et al. (cit in Neves et al., 2009; Rossi et al., 2009) estabeleceram 

então o sistema de classificação em quatro padrões ): 

 Tipo I – CM bifurcado, unilateral ou bilateralmente, que se estende ao terceiro 

molar ou à área vizinha; 

 Tipo II – CM bifurcado, unilateral ou bilateralmente, que se estende ao longo do 

curso do canal principal e voltam a unir-se dentro do ramo ou do corpo da 

mandíbula; 

 Tipo III – combinação das categorias anteriores: um canal bifurcado que se 

estende ao terceiro molar ou à área vizinha como o Tipo I, e em que um canal 

bifurcado que se estende ao longo do canal principal e torna a unir-se dentro do 

ramo ou do corpo como o Tipo II; 

 Tipo IV – dois canais, cada um deles originários de um buraco mandibular que 

se unem formando um grande canal. 

 
 
 
Para saber mais eu indico o excelente artigo ....VARIAÇÕES ANATÔMICAS DO CANAL MANDIBULAR do autor Tito Morgado
Segue link------ https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3925/1/tese%20pdf%20(1).pdf
 
A aquisição postada foi realizada no Tomógrafo Prexion na Imagem Radiologia de Itajaí.
Aquisição realizada por Roberta Pupo
Trabalho de estudo e montagem de templates e caso feitos por mim Nelma Maria de Freitas